Elaine Coutrin, do Diário Comércio Indústria & Serviços.
SÃO PAULO – Quando atuava no ramo educacional, mais particularmente com programas de leitura em instituições de ensino publicas e privadas, o empreendedor João Leal notou que faltavam livros nessas escolas e alunos interessados em lê-los. Dessa experiência surgiu a ideia de criar o serviço de biblioteca virtual por assinatura Árvore de Livros, para ser acessado no computador e nos dispositivos móveis – algo como uma Netflix dos livros.
O serviço é voltado para instituições públicas, privadas, escolas, empresas e bibliotecas. Para ter acesso, o interessado paga uma mensalidade com base na quantidade de usuários. Presente em mais de 800 escolas, a maioria no Nordeste, a startup carioca já oferece um acervo com cerca de 14 mil títulos, composto por obras clássicas e contemporâneas, diversos gêneros da literatura e best-sellers, por meio de contratos firmados com mais de 200 editoras.
O custo unitário começa em R$ 9,90 por aluno e varia de acordo com a quantidade de usuários que a escola ou instituição tiver – se for em grande escala, o valor pode ser menor. A plataforma gera relatórios que mostram os livros mais lidos, as páginas em que os usuários demoram mais tempo para ler, nível de dificuldade e outras informações para auxiliar no monitoramento do desempenho dos alunos e funcionários. Ainda é possível criar atividades relacionadas à leitura dentro da biblioteca virtual.
Cada instituição também tem a possibilidade de personalizar a biblioteca e catalogar os livros de acordo com a faixa etária dos alunos. A Árvore permite que o usuário tome emprestado até três livros ao mesmo tempo. Caso queira um novo título, é preciso devolver um deles. Isso é parte das condições acertadas entre a startup e as editoras. Os alunos podem salvar livros para ler quando estiverem sem conexão com a internet, mas o texto só pode ser acessado pelo aplicativo – o arquivo não é baixado, para evitar pirataria.
Leal não revela o recurso inicial investido no projeto, lançado em 2013, mas afirma ter ultrapassado o valor com o faturamento de 2015 e espera neste ano aumentar a quantidade de escolas e instituições contratantes do serviço, em razão de melhorias que estão em fase de implementação.
Entre as novidades está uma ferramenta desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ), que define o índice de dificuldade de leitura para cada livro. O empreendedor explica que o algoritmo vai analisar todas as obras e gerar uma nota para cada uma de acordo com a complexidade da leitura, para que, a partir disso, a plataforma possa oferecer sugestões de títulos de acordo com o perfil do usuário. “Com esse mecanismo esperamos reduzir o risco de desmotivação entre os leitores, caso comecem a leitura por um livro mais difícil”, afirmou.
A startup também tem trabalhado em uma forma de colocar a biblioteca offline paras as escolas públicas.
Recentemente a Árvore de Livros foi selecionada em conjunto com outras 14 startups no Pitch Gov SP, programa do governo paulista que seleciona projetos ligados a administração pública. Leal ainda não sabe como será a parceria, mas espera contar com ela para crescer no mercado.
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