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A resposta das mulheres aos retrocessos, por um país justo e digno

#EleNão, #EleNunca, #EleJamais foram as expressões de ordem contra Bolsonaro em manifestações por todo o Brasil. Foto: Chico de Paula / Agência Biblioo

Os atos que aconteceram em todo Brasil ontem, dia 29, ultrapassaram as fronteiras de nosso País, chegando a grandes cidades europeias, africanas e americanas, como Paris, Madrid, Lisboa, Porto, Cabo, Nova York e muitas outras, demonstrando que a nossa indignação pode sim, superar o medo. As manifestações em cidades pequenas como Imperatriz, Pedreiras, Santa Inês no Maranhão, indicam que o discurso do ódio não tem eco em nosso País.

Estamos às vésperas de uma eleição polarizada, onde as disputas ultrapassam o campo das ideias para se inserir em formas verdadeiramente reacionárias de pregação de ódio e satanização das esquerdas, das feministas e de todos aqueles e aquelas que lutam por uma sociedade de iguais.

Neste momento é necessário juntarmos nossa competência, nossas práticas políticas para mostrar de onde vem a disposição para a intolerância. Acusam a esquerda de intolerantes, de querer impor o seu discurso… Mas, já pararam para refletir sobre o que é nosso discurso de esquerda, discurso hoje condenado pelos conservadores, o que defendemos?

Simplesmente, igualdade de direitos para todos. Oportunidade para pobres e negros alcançarem patamares que os ricos e brancos há séculos alcançaram. Defendemos acesso à saúde pública, porque nem todos podem pagar por plano, acesso à universidade pública, gratuita e laica, porque é um direito transcrito na nossa Constituição.

Defendemos que as mulheres sejam educadas de forma libertária para que cresçam com autonomia, evitando assim a se submeterem a relações de violência. Os indicadores apontam que a cada três segundos uma mulher está sofrendo algum tipo de violência.

Ato #EleNão em São Luis do Maranhão. Foto: Maria Mery Ferreira

O Brasil é um dos países com o maior número de feminicídio registrado de 2016-2017. Lutamos contra isso, por esta razão somos taxadas de esquerda como se fosse um defeito e não uma qualidade.

A esquerda é contrária a privatização das empresas públicas porque considera que o Estado deve regular as instituições para evitar que a elite se aproprie das nossas riquezas. Vejam, por exemplo, o que aconteceu com a EMBRAER bem recentemente e com a Vale do Rio Doce. Vejam o que aconteceu com Pré-Sal.

Quem ganhou com essas privatizações? Quem perdeu? Todos nós!! Perdemos uma grande oportunidade de alcançarmos nossa autonomia em uma área estratégica. O Pré-Sal foi dada de graça para os americanos, e tem conservador que festeja.

Nos acusam de defender princípios éticos e não têm vergonha de defender que criança pobre tem que comer ração, que mulher tem que ganhar menos, que negro quilombola e indígena, não merece ter território.

Os atos que aconteceram neste 29 de setembro de 2018 refletem que as mulheres sempre estiveram atentas aos destinos das nações. Em todas as revoluções que mudaram o mundo as mulheres foram a força que fez a diferença.

No Brasil, também, os atos são uma resposta das mulheres contra o que se propõe a extrema direita no País. A participação da população brasileira ao chamando das mulheres indica que a primavera está chegando e com ela momentos de paz e esperança.

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