Tenho esse pensamento que me acompanha há anos, hoje vou expô-lo.

Esforço-me para ter essa aura de cara descolado, de surfista social, mas no fundo sou o mesmo que todas as pessoas: um prisioneiro de mim mesmo.

Nos locomovemos pelo mundo físico através de filtros que nos limitam a compreensão do mesmo.  Não enxergamos todo o espectro visível, O espectro visual não é apenas dependente da espécie como também varia muito de uma espécie animal para a outra. Os cachorros e os gatos, por exemplo, não veem todas as cores que os humanos veem, percebendo do nosso espectro visível apenas as subfaixas da azul à amarela. Enxergam, contudo geralmente bem em preto e branco, numa nuance de cinzas. Já as cobras veem no infravermelho e as abelhas no ultravioleta, faixas para as quais somos cegos. Em particular os limites do espectro ótico variam muito de espécime para espécime. As Pessoas daltônicas costumam ter dificuldades em visualizar cores contidas em certas faixas do espectro.

Outro limite são as faixas de sons audíveis, só conseguimos ouvir algumas faixas, abaixo estão infrassons e acima ultrassons, respectivamente. Alguns infrassons não podem ser ouvidos, mas podem ser sentidos por algumas partes do corpo, e estão relacionados a muitas histórias sobre “Sensações de fantasmas” que lemos.

É necessário reflexão para entender e reconhecer a imensidão do tempo para então compreender o impacto dos imperceptíveis e lentos processos geológicos nas modificações da geomorfologia do planeta Terra. Tentar mensurar as distâncias celestiais, mesmo dentro do nosso sistema solar é insatisfatório, já que à medida que usamos para distâncias terrestres são inadequadas. Compreender que bactérias “cavam” e que o vidro não é sólido e sim um líquido com viscosidade enorme chega a dar nó no cérebro.

Para ampliar nossos sentidos, e com eles nosso conhecimento, usamos extensões e quando MacLuhan diz que o “meio é a mensagem”, que é uma frase meio enigmática, acho que ele quis dizer: “o meio é a modelagem”.

Vestimos tecnologias e elas nos moldam, tanto quando nós a moldamos.

Óculos, relógios, carros, roupas, geladeiras, elevadores, tudo isso passa a fazer parte de nossas vidas, do nosso ambiente social/tecnológico, já que sempre teremos tecnologias ao nosso redor para sobrevivermos. E nós as incorporamos na nossa maneira de pensar e sentir o mundo.

Somos seres socio-tecnológicos.

 As tecnologias cognitivas são ainda mais radicais: ganhamos um novo modo vestir, dentro do qual nos comunicamos/informamos. Passamos a ser algo diferente a partir delas. O meio somos nós e nós somos o meio.

Nosso afeto é moldado pelos filtros informacionais e estamos nos afogando num mar de informações. O que achamos que sabemos é só pequeno recorte.

Às vezes falo ao meu coração: Calma navegante, não é sua tarefa conhecer todo o mar, nem mapeá-lo. Conheça bem sua ilha! E relaxe…

Houve um período que saber tudo era satisfatório, mas hoje não importa o assunto, você nunca vai ser detentor de todo o conhecimento. Todavia, saber onde e como acessar o que se precisa saber, faz toda a diferença…

Então relaxe, aproveita a vista, seu corpo e a viagem da sua vida nesse planeta. A catalogação, o real segredo para recuperar a informação de qualquer sistema é um trabalho sem fim.

E nesse mês tentarei não classificar nada: pessoas, coisas ou bicho. E lerei um bom livro!

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