Por  Ney Rubens do Portal Terra

Além do estudante expulso, outros três alunos foram suspensos por seis meses

Calouro é preso a pilastra enquanto estudantes fazem saudação nazista Foto: Facebook / Reprodução

Calouro é preso a pilastra enquanto estudantes fazem saudação nazista
Foto: Facebook / Reprodução

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) expulsou, na última terça-feira, o estudante Gabriel de Vasconcelos Spínola Batista e suspendeu por seis meses os alunos Gabriel Augusto Moreira Martins, Gabriel Mendes Fajardo e Giordano Caetano da Silva, por conta do envolvimento desses em um trote aplicado em universitários do primeiro período da Faculdade de Direito, em 15 de março de 2013. Na ocasião, alunos aparecem em fotografias fazendo a saudação nazista e em ato racista.

Duas fotos do trote foram publicadas em redes sociais e causaram protestos por parte de usuários. Na primeira imagem, uma jovem está pintada de preto com um cartaz de papelão escrito “Caloura Chica da Silva” – em referência à escrava que viveu no século XVIII e entrou para a história brasileira . A moça está acorrentada pelas mãos e um rapaz sorri enquanto segura a corrente.

Na segunda foto, um estudante está pintado de tinta vermelha e amarrado a uma pilastra enrolado por uma faixa de plástico utilizada em isolamento de acessos. Ao lado e também sorrindo, três estudantes fazem um gesto nazista, com a mão direita estendida para frente. Um deles chegou a colocar um bigode postiço semelhante ao que usava Adolf Hitler.

De acordo com a universidade, a decisão segue recomendação feita por comissão encarregada de conduzir o processo administrativo disciplinar instaurado contra os estudantes, integrada pelos professores Adriana Goulart de Sena Orsini, Roberto Luiz Silva e Mariah Brochado Ferreira, todos da Faculdade de Direito.

Em seu parecer, a comissão considerou que as imagens “são repulsivas e remontam a situações simbólicas de discriminação histórica, além de atentar contra as conquistas da liberdade, igualdade e diversidade garantidas juridicamente, o que não pode ser olvidado, especialmente em uma faculdade de Direito”.

O reitor da UFMG, Jaime Ramírez, considerou adequada a punição imposta aos estudantes. “A universidade tem uma responsabilidade perante a sociedade e a comunidade, e atos como esses não podem ser tolerados. O trabalho da comissão e a decisão do Conselho Universitário vão ao encontro de medidas adotadas recentemente, como a resolução que proíbe trotes estudantis e a instalação de comissões para analisar questões como os direitos humanos e o combate à discriminação, a adoção de regras para uso do nome social e a acessibilidade”, disse.

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