A vinda do Papa Francisco ao Brasil deixou lições valiosas de humildade, fé e fraternidade. Valores esses que estão cada vez mais esquecidos pela sociedade contemporânea.

Na chegada ao Rio de Janeiro, o Papa Francisco abriu mão de algumas regalias, a ponto de carregar sua própria bagagem de mão, abaixar o vidro do carro, não evitar o contato com os fiéis e dispensar o papamóvel blindado. Embora estas atitudes demonstrem a simplicidade do santo padre, sabemos que elas não são o suficiente para nem modificar o conservadorismo da Igreja Católica em relação a alguns temas, tão pouco sensibilizar o governador Sérgio Cabral, tornando-o uma pessoa humilde.

Em uma recente entrevista coletiva o governador chegou a afirmar que “estava precisando de muita dose de humildade”, a ponto de mencionar que ficou comovido com a vinda do Papa. Até nesse nisso Cabral é arrogante. Os apertos de mãos com os pastores Silas Malafaia, Marco Feliciano e com Dom Orani João Tempesta não foram suficientes para comovê-lo, apenas o Papa conseguiu essa façanha.

Vendo a sua popularidade descer ladeira a baixo, o governador está tentado reverter a situação e começando a tomar providências. Visando as eleições para o governo do Estado do Rio de Janeiro no próximo ano e a urgência em eleger seu pupilo, o vice-governador, Luiz Fernando de Souza, popularmente conhecido como Pezão, Cabral voltou atrás em relação à demolição do Parque Aquático Julio Delamare, o Estádio de Atletismo Célio de Barros e por último a Escola Municipal Friedenreich.

Essas iniciativas não são fruto da humildade do Governador e sim da intensidade das manifestações e dos protestos na cidade do Rio de Janeiro. As vozes das ruas ecoaram contra as arbitrariedades e a falta de diálogo por parte do governo carioca com a população e com os movimentos sociais.

Agora a pergunta a fazer não é sobre a humildade do governador e sim onde está o Amarildo. Não só onde está o Amarildo, mas onde estão os Amarildos?

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