Por Paulo Virgílio da Agência Brasil

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Reabertura do Museu de Arte Contemporânea de Niterói após mais de um ano de reformas no prédio projetado por Oscar Niemeyer, com mostras do acervo da Coleção Sattamini Fernando Frazão/Agência Brasil

Inaugurado há quase 20 anos, o Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói, na região metropolitana do Rio, foi reaberto ao público no início da noite de hoje (16), após 18 meses de uma reforma que custou R$ 7 milhões. Foi a primeira grande restauração no prédio projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012) e que se tornou um ícone da arquitetura contemporânea mundial, além do principal cartão-postal de Niterói.

Um novo sistema de ar-condicionado, sinalização interna em três línguas, novos tapetes e outras modernizações são algumas das novidades que os visitantes vão encontrar nas três exposições em cartaz na reabertura do museu. O destaque, porém, fica por conta da nova iluminação em LED, que realça ainda mais a beleza do prédio erguido sobre o mirante da Boa Viagem, às margens da Baía de Guanabara.

“As novas luzes fazem do prédio, à noite, um farol iluminando a baía, como nunca foi visto antes”, comemorou o diretor do MAC, Luiz Guilherme Vergara, que também responde pela curadoria de uma das novas exposições, Ephemera: diálogos entre-vistas. Em analogia ao formato circular do museu, a mostra propõe um panorama de 360º sobre quase seis décadas de arte contemporânea, na Coleção João Sattamini, que constitui o acervo do MAC.

Ephemera é a passagem do tempo, significa tudo o que é passageiro, mas que, ao mesmo tempo, remete às obras de arte que foram criadas desde os anos 50 e estão presentes na coleção. Elas são testemunhas da passagem do tempo: obras dos anos 60, do momento da repressão militar, obras que estão ligadas ao feminismo, às questões da mulher, obras que envolvem a tecnologia”, explicou Vergara, em entrevista ao programa Arte Clube, da Rádio MEC AM do Rio de Janeiro.

A segunda exposição, A arte de contar histórias, conta com a colaboração de uma curadora internacional, a norueguesa Selene Wendt. Nessa mostra, vários artistas, brasileiros e estrangeiros, lidam com a produção literária, seja latino-americana ou de outras partes do mundo.

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Na exposição A arte de contar histórias, artistas brasileiros e estrangeiros lidam com a produção literária de várias partes do mundoFernando Frazão/Agência Brasil

São obras que reinterpretam livros como Alice através do espelho, de Lewis Carroll, e Os sertões, de Euclides da Cunha. “A mostra traz para o MAC uma instalação interativa dessas propostas interpretativas de obras literárias”, comenta o diretor do museu.

Por fim, a terceira exposição inaugura o circuito de ocupações no pátio do museu. Da escuta da matéria aos escombros do ser – instalação sonora silenciosa, do artista Marcelo Armani, lida com um tema extremamente atual, que é questão da educação.

Para Luiz Guilherme Vergara, o MAC, em seu vigésimo ano, está ocupado por discursos artísticos que envolvem diferentes mídias, temas e meios de expressão. “É como uma polifonia do mundo contemporâneo: um mundo redondo, com diferentes vozes, mas, ao mesmo tempo, uma busca pela unidade”.

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PV) compareceu à reabertura do MAC, que foi encerrada com um show do saxofonista Leo Gandelman. As exposições ficam em cartaz até 24 de julho e podem ser visitadas de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custam R$ 10 a inteira. Estudantes, professores e pessoas acima de 60 anos pagam meia entrada. Moradores e nascidos em Niterói (com comprovação de residência), portadores de necessidades especiais, crianças de até 7 anos e visitantes que venham de bicicleta têm entrada gratuita. Às quartas-feiras, a entrada é grátis para todos.

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