Uma petição pública disponível na Internet pede o fim dos Conselhos Regionais de Biblioteconomia. No documento os organizadores alegam a questão do pagamento das anuidades num quadro de carga tributária elevada em que a população vive.
“Não dá para aturar tantos impostos. Queremos o fim de uma instituição que não serve para nada e que nos obriga a pagar imposto por ter uma profissão todos os anos, alem de todos os impostos que ja temoa a pagar. Queremos o fim do CRB”, diz o documento. A petição está disponível no site Petição Pública do Brasil.
A contestação das anuidades, bem como dá própria utilidade dos CRBs/CFB não é algo novo. Todos os anos os profissionais travam debates acalorados sobre a questão nas redes sociais. Os que se posicionam contra as autarquias geralmente alegam questões relacionadas à cobrança das anuidades, além da falta de transparência desses órgãos.
Os defensores, por sua vez, costumam suscitar o discurso da legalidade, bem como da proteção à sociedade promovida pelos CRBs/CFB.
Grande parte dos comentários dos bibliotecários nas redes sociais são contrários ao aumento nos valores das anuidades e exigem uma postura efetiva da classe frente a essa questão. “Devemos nos mobilizar contra este aumento em nosso CRB no Valor de R$ 401,00….. é um absurdo, não podemos aceitar calados, devemos ligar, mandarmos emails reclamações etc”, comenta um internauta.
Por outro lado, alguns mencionam a questão da existência de uma crise de representatividade. “Se estão cogitando essa petição, há no mínimo um problema de representatividade entre CRBs e bibliotecários”, destaca o profissional.
Existem também comentários que questionam a postura da classe bibliotecária sobre as reclamações do valor das anuidades. “Todo ano a mesma reclamação quando chega a hora de pagar a anuidade, se as pessoas participassem mais e reclamassem menos, saberiam como a anuidade é estabelecida e qual a sua finalidade e destino”, comenta outro internauta.
Para Nelson Oliveira, ex-presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia do Rio Grande do Sul, “necessitamos de mudanças, mas elas só acontecerão se nos unirmos e construirmos uma solução em conjunto. Já somos poucos e se brigarmos entre nós será o fim da profissão.
O editorial da edição 52 da Revista Biblioo vem ao encontro dessas discussões e também critica a falta de mobilização da classe bibliotecária perante o caso e destaca a necessidade de criação de iniciativas concretas para debater e questionar esses fatos.
“O grande pecado parece, entretanto, residir no fato destas manifestações aparecerem apenas quando o cobrador bate a porta do trabalhador que, em alguns casos, está até desempregado. O que cabe é manter uma mobilização constante, organizando debates, difundindo ideias, tentando de alguma forma mudar este quadro. Se os bibliotecários consideram a cobrança infundada e muitas vezes não se reconhecem nestes órgãos, o que então justifica a existência destas?”, destaca Chico de Paula, no “Fala, editor” da Revista Biblioo.

Em 2012 a Revista Biblioo publicou uma charge satirizando a questão da cobrança das anuidades, o que gerou uma condenação em processo administrativo, posteriormente revertido, ao editor chefe da Biblioo, Chico de Paula.

Charge publicada na edição 10 da Revista Biblioo, em março de 2012. Arte: Heber.

Charge publicada na edição 10 da Revista Biblioo, em março de 2012. Arte: Heber.

Os valores da anuidade que devem ser obrigatoriamente pagos por todos os bibliotecários regulamento inscritos na instituição, tem sido reajustados ano após ano. De R$ 370, 10 no ano passado, passou para R$ 406, 41 esse ano, ignorando um cenário de crise em que vários profissionais estão desempregados ou tiveram redução nos rendimentos.

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