A primeira Conferência Nacional de Comunicação (ocorrida em dezembro de 2009 em Brasília) evidenciou uma verdade dura, contudo, remediável: o desprezo dos grandes veículos de comunicação por qualquer iniciativa de discutir o setor. Tanto a ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) quanto a ANER (Associação Nacional dos Editores de Revistas) divulgaram carta criticando a Confecom por, supostamente atentar contra a “liberdade de expressão”. Liberdade de expressão esta, como se sabe, reservada somente aos mandatários destes veículos. A revista biblioo nasce da necessidade de, por um lado, contribuir com o fim do monopólio da comunicação, mesmo que de forma modesta, e de outro, pela necessidade gritante de se discutir a fundo a isto que se vem denominando Cultura Informacional, que nada mais é do que o imperativo de uma sociedade pautada pelo crescente fluxo de informação no mundo, sobretudo em virtude do aumento na utilização do aparato tecnológico, que ora se denomina Novas Tecnologias.

A informação constitui objeto de trabalho de um número crescente de profissionais que vão do jornalismo à informática, passando pela educação, pelo direito, letras, museologia, arquivologia, biblioteconomia etc. Sendo assim, ninguém pode se eximir de discuti-la. Primeiro porque esta permeia toda a vida em sociedade; segundo porque esta representa cada vez mais um campo de força política, cuja conseqüência é inerente a cada indivíduo.

Embora o surgimento da revista tenha se dado pelo somatório de forças de um grupo de bibliotecário inconformados, a idéia é abrir este espaço de discussão a um número cada vez maior de categorias profissionais que estejam de alguma forma envolvida com esta tal cultura informacional. Nesta primeira edição a reportagem da biblioo traz uma matéria especial sobre a Lei nº 12.244/10 (que  acaba de completar um ano), a qual dispõe sobre a universalização das bibliotecas escolares no Brasil. O diretor de redação Chico de Paula e o diretor de comunicação e marketing Jailton Lira conversaram com especialistas e trazem informações relevantes para o debate sobre este tema.

Biblioo foi até Olinda em Pernambuco e colheu uma entrevista exclusiva com o Bibliotecário Edson Nery da Fonseca, cuja militância intelectual colocou a biblioteconomia como uma das atividades profissionais mais respeitadas entre a intelectualidade. Além disso, nesta edição, apresentamos aos leitores uma variedade de textos de profissionais destacados que se propõem a discutir temas importantes no cenário nacional, como a indicação de Malvina Tutemam para presidir o INEP (Luan Yannick). Esperamos que aproveitem. Boa leitura!

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