Nesse dia do jornalista, a reflexão que se impõe é sobre nossa aparente incapacidade de lidar com opiniões divergentes, de tal maneira que o Brasil aparece de forma sistemática nas listas das organizações nacionais e internacionais como um dos países do mundo mais perigosos para essa atividade profissional. Muito difícil certamente descobrir as raízes desses traços de intolerância, mas muito fácil constatar como ela, a intolerância, se dá em relação aos comunicadores sociais: por meio de processos, ameaças e agressões.

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Ato de jornalista contra a violência à profissão no Rio de Janeiro. Foto: EBC

Os números da organização internacional, Comitê de Proteção aos Jornalistas, são contundentes: entre 1998 e 2015, 38 jornalistas foram assassinados no Brasil, sendo que a maioria (63%) se dedicava à investigação de esquemas de corrupção.

Sobre a violência contra jornalistas e demais comunicadores sociais, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vem realizando um trabalho de levantamento anual que consiste em indicar os números reais de violência contra estes profissionais. Em 2015, por exemplo, foram registradas 137 ocorrências, oito a mais do que as 129 registradas no ano anterior, demonstrando que os traços de intolerância sobre as opiniões diversas ainda não foi superado por aqui.

Como disse no início desse texto, a reflexão que se impõe é sobre nossa capacidade de lidar com opiniões divergentes, exatamente por que mais vale o amadurecimento democrático, de tolerância com as opiniões diferentes da nossa, do que qualquer tipo de sanção penal, civil ou administrativa que possa ser imposta.

É essa mensagem que gostaria de transmitir aos colegas jornalistas em função do seu dia. Parabenizo aos jornalistas, especialmente meus colegas da Biblioo que se empenham diariamente em levar informação de qualidade às pessoas.

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