Fechada desde o final de 2016, quando a organização social Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) rompeu o contrato com o governo do estado, a Biblioteca-Parque de Manguinhos, localizada na Zona Norte do Rio, deve retomar suas atividades nos próximos dias.

A reinauguração da Biblioteca, que agora terá o nome da vereadora Marielle Franco, assassinada na semana passada no Rio, acontece na próxima quinta-feira, 29, em cerimônia que contará com as presenças do governador Luiz Fernando Pezão e do secretário estadual de Cultura, Leandro Sampaio Monteiro, a partir das 9h30.

 A Biblioteca-Parque de Manguinhos é a segunda da rede a ser reaberta este ano (a unidade da Rocinha  foi reinaugurada no dia 19 de fevereiro). O investimento para manter as bibliotecas-parques funcionando, segundo a Secretaria de Cultura do Estado (SEC), será de R$ 1,7 milhão por mês.

Segundo o superintendente de Leitura e Conhecimento da SEC, Juca Ferreira, a administração das bibliotecas será feita de forma direta pelo estado e uma equipe de profissionais será contratada. Na Rocinha 30 servidores que estavam lotados na sede da SEC foram deslocados para atender ao público da unidade, embora o governo tenha se comprometido a contratar uma empresa privada para gerir os serviços.

Biblioteca Parque de Manguinhos. Foto: Rodolfo Targino / Agência Biblioo

A BPM                                                                                

Inaugurada em abril de 2010, a Biblioteca-Parque de Manguinhos foi a primeira de uma rede implementada pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro. Tendo como principais referências as bem-sucedidas experiências praticadas em Medellín e Bogotá, na Colômbia, tornou-se um espaço cultural e de convivência, oferecendo à população ampla acessibilidade, com qualidade física, humana e de serviços.

Com 2,3 mil metros quadrados, a BPM passou a atender com eficiência as necessidades comunitárias e tornou-se um modelo a ser seguido até seu fechamento em dezembro de 2017.

A Biblioteca, que somente em 2016 recebeu um público de 129.412 pessoas, foi ocupada em fevereiro do ano passado por familiares e integrantes do projeto social Ballet de Manguinhos que ensinava balé para aproximadamente 211 meninos e meninas da região e que desde o ano de 2015 utilizava as dependências da BPM para desenvolver suas atividades. Mesmo tendo apelado ao governo do estado pela reabertura da Biblioteca, nenhum avanço ocorreu.

Em janeiro deste ano, um vídeo e uma fotografia publicadas no Facebook pelo coletivo de rap Pac’Stão e pelo rapper Xandy.MC (Alexandre Campos) mostraram o abandono em que se encontrava a Biblioteca. Pelas imagens era possível ver o salão de leitura completamente tomado pela sujeira que cobria móveis e as estantes que estão cheias de livros.

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