Por Valéria Aguiar, da Agência Brasil.

A Biblioteca Parque Estadual, localizada na Praça da República, no centro do Rio de Janeiro, recebeu a Certificação Leed Ouro (Leadership in Energy and Environmental Design), o selo ambiental conquistado pela primeira vez por uma biblioteca no Brasil. Reinaugurado em março deste ano, o estabelecimento passou por quatro anos de reforma e hoje (22) abriga um acervo de mais de 200 mil livros, 20 mil filmes, além de teatro, auditório, estúdios de som e de vídeo, cafeteria e restaurante.

A Certificação LEED é um selo que atesta a sustentabilidade do empreendimento e garante que tanto o projeto quanto a obra foram executados visando, por exemplo, à alta qualidade dos sistemas implantados, como a redução dos resíduos e da poluição, a diminuição do consumo de água e de energia, além da utilização de materiais regionais e do aumento da qualidade ambiental interna.

Algumas das tecnologias sustentáveis usadas no prédio são painéis fotovoltaicos, que produzem energia elétrica proveniente de fontes renováveis e geram uma economia de 50 mil megawatts por ano; vidros duplos de proteção solar, que reduzem em até 52% a entrada de calor no edifício; sistema de reaproveitamento de água da chuva, que é usada na irrigação e nas descargas; e mais de 2 mil metros quadrados de telhados verdes, que contribuem para maior conforto térmico no interior da edificação.

A superintendente da Leitura e do Conhecimento da Secretaria estadual de Cultura do Rio, Vera Schroeder, acredita que o reconhecimento pode servir de referência para outras bibliotecas. “A questão ambiental é um assunto relevante, pois sofremos cada vez mais com os danos à natureza. A nova biblioteca foi um marco para o estado e de grande importância para a população, pois se apresenta como uma obra de alta qualidade, que ressalta a importância de se fazer construções alinhadas com a sustentabilidade”, acrescentou.

Segundo Vera, o número de visitantes vem aumentando desde a reinauguração. Quando reabriu, a biblioteca teve cerca de mil visitantes por dia, mas já registrou picos de 4 mil visitantes em um dia. E a secretaria espera que esse aumente ainda mais. “Esta biblioteca busca um conceito diferente, o de mostrar outras formas de uso para além do empréstimo de livros: intensificar a relação com as artes e instigar os visitantes a permanecer no local, por meio de uma ampla programação cultural e um espaço aconchegante.”

A biblioteca foi aberta em 15 de março de 1873 e, até a reforma ser concluída este ano, tinha o nome de Biblioteca Pública do Estado do Rio. A localização é privilegiada, fica perto de lugares movimentados do centro do Rio, como a Saara, região de comércio popular, e a Central do Brasil..

A Biblioteca Parque Estadual faz parte da Rede Parque, que conta com outros polos de informação, cultura e lazer. Existem sedes instaladas também em Manguinhos, na zona norte; na Rocinha, zona sul e em Niterói, na região metropolitana. A próxima sede será inaugurada no Morro do Alemão, no subúrbio do Rio.

De acordo com Vera Schroeder, a Secretaria de Cultura tem ainda projetos de levar bibliotecas da Rede Parque para a Baixada Fluminense e o interior do estado, mas ainda aguarda aprovação.

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